terça-feira, 4 de novembro de 2014

Zabé da Loca e seus 90 anos




Zabé da Loca
*          Isabel Marques da Silva, nascida em Buíque, 12 De janeiro em 1924 em Pernambuco
Tornou-se conhecida como Zabé da Loca quando morou por 25 anos numa loca (gruta). Retirou-se do sertão pernambucano para a Paraíba ainda menina. Conheceu logo o trabalho rural, sem chances de freqüentar a escola. Aos sete anos aprendeu a tocar "pife" com o irmão Aristides, do qual, já adulta, não soube mais o paradeiro. Dos 15 irmãos, Zabé viu morrer oito, de fome, sede e doença. Passou a vida entre o trabalho com a enxada e o ofício do pífano. De aparência frágil, com 1 metro e meio de altura, olhos azuis e rosto, desde cedo, marcado pelo trabalho ao solo, teve que conviver com o assédio dos donos das fazendas em que trabalhou quando jovem. Por conta desta situação, engravidou e deu a luz a uma menina. Mais tarde, encontrou seu companheiro, Delmiro, de quem mais tarde ficou viúva, e com quem teve dois filhos. Com grandes dificuldades de ordem financeira, ao ter sua casa desmoronada, Zabé foi morar com a família sob duas pedras na Serra do Tungão, permanecendo lá por 25 anos. Precisando trabalhar na roça, e não tendo com quem deixar as crianças, cavava buracos no chão, sob as sombras da árvores, cobrindo-os com trapos, para que ficassem ali protegidas até o fim de sua jornada de trabalho. Em 2003, passou a morar no assentamento Santa Catarina, município de Monteiro, sertão do Cariri na Paraíba, distante 322 quilômetros de João Pessoa. A loca de Zabé continua intocável e deve se transformar num ponto de visitação turística e de preservação cultural.


Em setembro de 2007, aos 83 anos, gravou o CD "Bom todo", pelo selo Crioula Records, com direção artística de Carlos Malta. O trabalho exibe faixas em que Zabé comprova sua consistência como instrumentista, através do virtuosismo com que executa seu "pífe" (pífano) em peças como "Balaio de onça", de Carlos Malta; o xote "Sala de reboco", de Luiz Gonzaga"; a ciranda "Sai de casa", o coco "Limoeiro" e o baião "Caboré", de sua autoria, além de "Queima" e "Vai minininho", parceria com Beiçola, músico de mãos tortas, falecido em 2006, logo depois das primeiras gravações, e com quem Zabé interpreta os clarins marciais do Hino Nacional Brasileiro. O CD "Bom Todo" foi lançado em 2008, no SESC Pompéia, São Paulo. Ainda em 2008, apresentou-se em show no Planetário da Gávea (RJ), dentro da série "Música nas estrelas", tocando juntamente com seu produtor, o multissopros Carlos Malta. Também em 2008, foi condecorada com a Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura. Em 2009, aos 85 anos, Zabé da Loca, ganhou o Prêmio da Música Brasileira, categoria Revelação, pelo CD "Bom Todo", no Canecão, Rio de Janeiro, emocionando a platéia, que a aplaudiu efusivamente de pé.

Assista o Filme O mundo encantado de ZABÉ

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